quinta-feira, 13 de setembro de 2007

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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ministra da Educação: Manobras de propaganda e demagogia


BASTA DE PROPAGANDA E DEMAGOGIA, SENHORA MINISTRA

«No passado dia 3, num dos telejornais, a ministra da Educação afirmou que no nosso sistema de ensino havia uma relação de um professor para cada 9 alunos, ou mesmo 7, nalguns casos. Dizer isto, na altura em que a interrogavam sobre a dramática realidade de termos 45.000 professores desempregados, não é inocente. E é demagógico. Não é inocente porque a ministra sabe, perfeitamente, que na esmagadora maioria das salas de aula do país não temos 9 ou 7 alunos sentados frente a um professor. Temos vinte e muitos, nalguns casos mais que 30. É demagógico porque, se pais que têm filhos em idade escolar e professores deste país sabem que não minto, os portugueses que não pertencem nem a um nem a outro destes universos tiveram mais uma maliciosa achega para os levar a pensar que os docentes são uns bafejados pela sorte e vivem no melhor dos ambientes de trabalho. É ainda demagógico porque, mesmo em relação a alguns pais e professores, os pode ter confundido completamente e levado a pensar que, não sendo essa a situação que vivem, os privilegiados são os outros. Maldito paradigma este que esta senhora persiste em associar a uma profissão que devia respeitar! Fale claro uma vez e venha desmentir-me, levando-me em peregrinação, televisões atrás, às escolas onde tenha turmas com 9 ou 7 alunos!

Não sei como a ministra chega aos números com que pretendeu confundir a opinião pública. Contabilizando os professores com horários a tempo parcial? Os que apoiam deficientes? Contando os que mandou arregimentar em trabalho precário, 4 euros à hora, para ensinar Inglês? Os que suportam a rede imensa da burocracia bafienta em que se move? Sei que, no contexto em apreço, o que é relevante é falar do "professor de sala de aula", a tempo inteiro. O indicador sério e que importa é a dimensão das classes normais. O resto são tretas administrativas e manipulações estatísticas, de que estamos cansados.

O discurso oficial deste início de ano escolar trouxe-nos também uma boa dose de propaganda pífia, verdadeiramente reles, que culminou com a conferência de imprensa onde a ministra divulgou as "10 novidades", anunciadas anteriormente como "com bastante impacto" no sistema. Desta montanha propagandística saiu mais um ratito: tudo material requentado, velho, tísico. Nem sequer o despudor é novo, embora mereça algumas notas, a saber:

1. Repugnou-me ouvir a ministra da Educação falar de ter estabilizado o corpo docente. Em dois anos de funções, encurralou no desemprego 10.000 professores, obrigou centenas que integravam quadros a mudar de casa, tem ainda milhares por colocar, e tem o desplante de falar de estabilização? Com esta lógica, os trastes responsáveis pelos deslocados do Darfur podem subir às dunas do deserto e apontar os campos de inanição como locais de estabilização.

2. É urgente fazer uma discussão pública séria sobre os professores de que o país necessita. É calamitoso termos investido qualquer coisa como 1125 milhões de euros (só custos directos do Estado, sem falar nos que os próprios suportaram) na formação de pessoas a quem, agora, pagamos subsídio de desemprego. O país sério não pode seguir o discurso da ministra e dizer levianamente a esta gente: mudem de vida. Sobretudo enquanto o primeiro-ministro anda para aí, rosto de cera, a distribuir computadores a eito e a apregoar a necessidade de formação e o regresso à escola. Ou o "Valter qualquer coisa", aparentemente sem ler a ministra na imprensa, a criar mais cursos de professores generalistas, com selo serôdio de Bolonha, para formar ainda mais gente que terá como futuro... mudar de vida ou vender pirolitos.

3. A ministra na TVI e um seu assessor na imprensa escrita vieram dizer-nos que, feito dos feitos, o abandono escolar se situa agora nos 36 por cento, tendo caído graças à recauchutagem dos famigerados "currículos alternativos" em flamejantes "cursos técnico-profissionais". Não é preciso ser bruxo para antecipar que toda esta cosmética atingirá o apogeu quando o sucesso dos alunos se reflectir na classificação profissional dos professores, como previsto no genial estatuto.» [Público assinantes]

Santana Castilho

retirado de O Jumento

(um excelente blog!)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Regressados de férias, a Comissão reune-se para traçar objectivos

Alguns elementos da Comissão de Defesa da Escola Pública reuniram hoje em Algés para traçar uma linha de acção no sentido de dar seguimento imediato aos objectivos acordados no almoço-convívio de 10 de Julho.

1. É importante para já garantir um encontro com a Comissão de Educação do Grupo Parlamentar do PS no sentido de dar continuidade ao convite lançado à nossa Comissão para participar activamente numa sessão pública a realizar durante o mês de Outubro;

2. Foi agendada uma reunião da Comissão de Defesa da Escola Pública para dia 20 de Setembro, às 16:30h no Palácio Ribamar em Algés (local sujeito a confirmação);

3. A publicação de um novo boletim da Comissão, o qual incluirá o dossier entregue em Julho na Assembleia da República ao Presidente da Comissão da Educação do Grupo Parlamentar do PS (ver aqui o Processo Verbal). Do Editorial deste Boletim deverão constar as medidas educativas recentemente postas em prática;

4. Este Editorial deverá ser convertido num comunicado a distribuir nas Escolas e também por via da Internet;

5. Foi decidido que se começasse a organizar um dossier com recortes da imprensa escrita e da Internet relativas à Educação.

Foi ainda abordada a questão dos despedimentos dos professores e do Estatuto da Carreira Docente (em ligação com o caso dos Açores), questões que devem ser articuladas com a perspectiva do Encontro na Assembleia da República.