segunda-feira, 9 de julho de 2007

Documento entregue hoje na AR

Um só poleiro… e há tantos pássaros!


Aquilo que sempre fez da Escola um espaço de criatividade, de crescimento e de liberdade, foi a relação com os pais e professores – num esforço conjunto para ir ao encontro das necessidades dos alunos, quer em termos de conhecimento, quer em termos de desenvolvimento, quer do ponto de vista ético.

A nova forma de avaliação e progressão na carreira – na qual se parte do princípio de que só alguns poderão chegar a “generais”, outros atingirão o grau médio e outros não passarão de “soldados rasos”, quando a todos é exigida a mesma competência (habilitação para professor) – vem destruir, por completo, as equipas educativas e, mesmo, a comunidade educativa.

Sempre houve uns docentes que se entregaram à escola mais do que outros. Faziam-no porque queriam e não por obrigação – em determinadas épocas da sua vida – e porque tinham condições para o fazer. Esses eram sempre os pontos de apoio – por vezes, os elementos que “puxavam” pelos outros – que serviam de agentes catalizadores positivos, no processo de conjunto em que todos se envolviam.

No quadro actual, estes colegas – além de se sentirem esmagados de trabalho, pois não sabem exercer as funções docentes senão procurando dar atenção a todos os aspectos da vida da sua turma a que puderem chegar, a acumular com as tarefas agora exigidas – correm o risco de serem considerados como nefastos pelos outros colegas, os mesmos que dantes os reconheciam como mais-valia para todos. Isto porque já só alguns poderão progredir na carreira. Então, não estarão eles a ser responsáveis por uma fasquia cada vez mais alta?

Nefastos para uns, e subavaliados pelas chefias… se não forem submissos.

Porque também há o caso de quem trabalha para lindos projectos, sobretudo com visibilidade. E, isso será suficiente para uma avaliação de “excelente”, pouco contando para ela os verdadeiros processos de desenvolvimento das crianças e da turma.

Será uma questão de subjectividade, esta avaliação/classificação – feita para dividir os docentes.

Maria da Luz Oliveira

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